sábado, 19 de fevereiro de 2011

Canon F-1 - O peso pesado

Alcunhada pela imprensa e por fotógrafos da época como “o tanque”, pela sua robustez, a F-1 corresponde ao resultado das solicitações que a Canon vinha recebendo desde 1964, no sentido de produzir um modelo topo-de-gama, adaptado às exigências dos profissionais.
A essas pressões não seria, por certo, alheio o facto de a rival Nippon Kogaku Optical ter previamente lançado no mercado, em 1959, a bem sucedida Nikon F e se preparar para oferecer uma nova proposta destinada ao segmento profissional, a F2.
“Fiabilidade” era o requisito fundamental solicitado ao novo modelo da Canon. Exigia-se que, entre outras características, tivesse a possibilidade de arraste motorizado do filme, controlasse automaticamente a exposição e passasse nos - sempre duros - testes de resistência. Nestes, o respectivo obturador deveria conseguir efectuar 100 mil disparos consecutivos, sem interrupções, e a máquina deveria funcionar. sem problemas, numa gama de temperaturas compreendida entre os -30 e os 60 ºC. Por outro lado, o novo modelo deveria, ainda permitir compatibilidade com os acessórios existentes, bem como o crescimento futuro do sistema de que constituiria o núcleo duro.
Corria o ano de 1971 quando a Canon F-1 viu, pela primeira vez, a luz do dia, tendo sido acompanhada pelo lançamento de uma extensa gama de objectivas compatíveis com o novo encaixe FD. O sistema completo era composto por cerca de duzentos acessórios entre objectivas, pentaprismas, vidros de focagem, motores, carregadores de filme de grande capacidade - até 250 imagens -, acessórios macro e de reprodução, e dispositivos para controlo remoto da câmara.

Detalhes da Canon F-1 e New F-1 (à esquerda e à direita, respectivamente).
A velocidade máxima de obturação era de 1/2000” - um excelente valor para a época - e o sincronismo com flash electrónico podia ser feito até à velocidade máxima de 1/60”.
Com especial interesse para a macrofotografia, o corpo da máquina dispunha de sistema de bloqueio do espelho, de modo a minorar o efeito das vibrações produzidas pelo seu movimento durante a exposição do filme.
A New F-1, chegada ao mercado dez anos após o lançamento da original, constituiu muito mais do que o simples “lavar de cara”, que a sua designação pode fazer supor. Com o novo modelo, foram incorporadas novas possibilidades no capítulo do controlo da exposição - prioridade à velocidade, leitura com preponderância central, parcial e pontual - e da obturação. O controlo do obturador era efectuado de forma mista: mecânico, nas velocidades mais altas, e electrónico, nas mais baixas.

Canon New F-1.
Ao longo da carreira do modelo, foram sendo lançadas versões especiais. Uma delas, a Canon New F-1 High Speed Motor Drive, de 1984, equipada com um obturador electromagnético de placas metálicas, possuía um enorme motor que permitia fotografar à incrível velocidade de 14 imagens por segundo, graças ao emprego de um espelho semi-reflector, o que permitia acompanhar o assunto fotografado, em permanência, à semelhança da EOS 1RS, lançada em 1995. Outras versões foram associadas a eventos desportivos particulares como foi o caso dos Jogos Olímpicos de Montreal, de 1976, e das Olimpíadas de Inverno de Lake Placid, em 1980.

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