segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Konica Auto-Reflex - Prioridade à velocidade

Nos dias que correm, é absolutamente normal que as máquinas fotográficas disponham de sofisticados sistemas de controlo automático de exposição, de modo a permitir que o utilizador se concentre na tarefa de escolher a melhor composição e o momento certo de carregar no botão do disparador. Não é tarefa fácil encontrar uma câmara, equipada com fotómetro integrado, que apenas apresente o modo manual como a única forma de controlar a quantidade de luz que chega ao material sensível.
No entanto, e neste capítulo, o panorama do aparelho fotográfico em meados dos anos 60 era precisamente o oposto do actual. E, de tal modo, que o aparecimento da Konica Auto-Reflex, em 1965, causou sensação. Tratava-se da primeira câmara SLR de 35 mm a apresentar um modo automatizado de controlo de exposição.
Desde o início da década, a Konica vinha apresentado modelos pioneiros, no que diz respeito a avanços tecnológicos incorporados em aparelhos reflex. Já em 1960, e culminando sete longos anos de pesquisa no domínio dos obturadores, o fabricante nipónico tinha lançado a sua primeira SLR (a Konica F), equipada com um obturador Hi-Synchro, de 1/2000” de velocidade máxima, e 1/125”, de velocidade de sincronismo com flash; bastante avançado para a altura.
Mas o desafio de produzir em série um tal tipo de equipamentos era demasiado alto, pelo que a generalidade dos fabricantes não seguiram as pisadas da Konica, neste domínio particular. Esse passo seria dado, mais tarde, aquando do aparecimento da Konica Auto-Reflex, com o obturador metálico vertical Copal Square S, que passou a constituir uma referência na indústria.
A inovação mais marcante desta Konica foi, sem dúvida, a possibilidade de usufruir de um controlo automático da exposição, até ali indisponível. Com ele, o utilizador escolhia a velocidade de obturação pretendida, e a câmara calculava a abertura de diafragma necessária, a partir dos dados da leitura do fotómetro CdS, localizado na sua parte frontal. Estava-se, então a caminho da fotometria TTL que viria a ser introduzida, também pela Konica, três anos mais tarde, com o modelo Autoreflex T.

A Autoreflex T foi a primeira com fotometria TTL.
Outra característica especial da Auto-Reflex original era a capacidade de poder mudar de formato em qualquer altura (mesmo a meio do rolo), entre o clássico 24 × 36mm e o meio-formato 18 × 24mm. Com o simples accionamento de uma patilha, duas lâminas metálicas cobriam parcialmente a janela do obturador, ao mesmo tempo que o contador de exposições era ajustado em conformidade. A marca chegou mesmo, a comercializar uma objectiva zoom 47-100 mm f:3.5, específica para o formato mais pequeno.
A câmara possuía ainda outras características técnicas interessantes para a época, como uma patilha de verificação da profundidade de campo, o bloqueio do espelho e duas fichas de sincronismo para flash na sapata de acessórios.
O seu cortejo de predicados tecnológicos não a livravam, contudo, de ser uma câmara pesada e algo difícil de manejar, mas conferiu à Konica o título de pioneira no controlo automático da exposição, uma característica vista hoje como indispensável nos aparelhos de grande consumo.

1 comentário:

Toralfsan disse...

Graças a este caso. Eu não sei se essa câmera, e era interessante para ler. Parece uma mistura de Olympus OM e Nikon FM, muito moderno para a época.

-Toralf