sábado, 26 de fevereiro de 2011

Voigtländer Bessa - Ontem e hoje

Episodicamente e em diferentes períodos da sua existência, algumas empresas retomam designações de modelos de sucesso, seja para se relançarem no mercado em que estão inseridas, seja para cativarem clientes mais ou menos saudosistas. À semelhança do que se passa no ramo automóvel, também na indústria fotográfica isso acontece e a Voigtländer constitui um bom exemplo. Não que se trate de recriar modelos de antigamente; mas da simples utilização do nome Bessa em câmaras que, em comum com as originais, pouco mais têm do que uma ou outra característica óptica ou mecânica, e uma certa aura de exclusividade que lhe advém do nome.
A marca alemã, que apareceu como produtora de instrumentos ópticos, muito antes do surgimento da Fotografia, e que é hoje utilizada sob licença pelo grupo nipónico Cosina, lançou entre 1931 e 1949 vários modelos da sua linha Bessa, cuja característica principal era o facto de utilizarem filme de médio formato, de tipo 120, no qual eram registadas imagens com formatos 4.5 x 6 cm ou 6 x 9 cm, consoante o modelo ou a configuração da própria câmara.
A constituição da Voigtländer Bessa era relativamente simples, com corpo e objectiva (fixa) a serem ligados por um fole em couro, o qual permitia o colapso da câmara para mais fácil transporte da mesma. Se bem que as primeiras versões possuíssem visor reflex colocado junto da objectiva, mais tarde, em 1936, na Bessa RF adoptou-se um visor telemétrico, com imagem partida, ligado à objectiva por meio de um acoplamento mecânico.

Bessa R4M, actualmente em comercialização.
As ópticas eram quase sempre de 105 a 110 mm, com abertura máxima entre f:4.5 e 3.5. Consoante a franja de mercado a que se destinavam, assim se tratava de objectivas Voigtar, Vaskar, Skopar ou Heliar, para só citar alguns exemplos, e por ordem crescente de qualidade.
Os obturadores eram do tipo Prontor, Compur ou Compur Rapid atingindo, este último, uma velocidade máxima de obturação de 1/400”. A escala iniciava-se em 1 segundo e possuía, ainda, as posições B e T.
A retoma do nome Bessa, nos dias de hoje, corresponde a aparelhos de formato 120 (com comutação interna entre 6 x 6 cm e 6 x 7 cm) e 35 mm - estes últimos, com objectivas intermutáveis de rosca ou baioneta -, por vezes com fotómetro incorporado, mantendo-se a filosofia da adopção de diferentes tipos de visores em diferentes versões.
Embora a empresa tenha encerrado as suas portas nos anos 70 do século passado, o nome Voigtländer continua vivo no mundo da Fotografia e o seu passado de prestígio continua a ser invocado nas câmaras actuais com a inscrição “Since 1756”.
Que dure, pelo menos, mais 255 anos!

A Bessa III é a mais recente das Voigtländer.

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