Já não é a primeira vez que nos deparamos com esta realidade: em Portugal, faz-se bom trabalho quando existe organização, formação e vontade de fazer as coisas bem feitas! (ver também Amberpixel - Controlo total). A própria Olympus reconheceu isso mesmo quando, em 2002, resolveu instalar em Coimbra uma das duas unidades de reparação e assistência técnica que possui na Europa: o Olympus Service Facility Portugal (OSFP).
O FotoSubjectiva aceitou o simpático convite da marca, e visitou este espaço onde o rigor e a motivação saltam à vista. De tal forma, que se aplica aqui também o sistema de gestão implementado pela própria Olympus Europa, e que lhe valeu em 2004 a certificação ISO 9001.
Até à entrada do século XXI, a Olympus possuía os seus serviços de reparação espalhados por mais de 50 centros, no Velho Continente. Os custos associados à manutenção de uma tal estrutura - nomeadamente os ‘stocks’ de peças - eram gigantescos, pelo que a marca reequacionou o problema e concluiu que concentrar as suas energias em apenas duas unidades, localizadas em Portugal e na República Checa, era a melhor solução.
A cidade de Coimbra acabou por ser escolhida, dado já existir ali uma empresa prestadora de serviços de assistência técnica, a que se juntava a vantagem da proximidade da universidade, fonte de capital humano e tecnológico.
À cidade do Mondego chegam câmaras fotográficas provenientes de toda a Europa, através do sistema de envios da casa-mãe europeia, sedeada em Hamburgo. Não admira, por isso, que cerca de 90% do trabalho ali produzido se destine à exportação, assegurando cerca de 50% das necessidades, ao nível do continente.
São cerca de 150 mil, as câmaras reparadas anualmente na OSFP; embora, como nos referiu Pedro Lázaro, o responsável pela unidade, “o centro possua capacidade instalada para reparar o dobro das unidades”.
Organização é a palavra de ordem, neste centro de assistência
da Olympus, em Coimbra.
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Trabalham nesta unidade industrial cerca de 100 técnicos especializados, com qualificação escolar ao nível do 12º ano de escolaridade - como base obrigatória - e uma formação específica adquirida no interior da empresa, nos domínios da electrónica, da mecânica e, em menor escala, da própria fotografia.
A empresa celebrou, inclusivamente, acordos com escolas da região, no sentido de possibilitar que alunos destas possam ali estagiar, usufruindo de formação dada pela própria marca e, ao mesmo tempo, adquirindo experiência profissional. Este programa de parceria, designado ‘Academia OSFP’, já contemplou cerca de 250 estudantes, até à presente data.
Ambiente de iluminação perfeitamente controlada - que nem sequer nos pôs problemas de equilíbrio de brancos, quando captámos as fotos que ilustram este artigo -, postos de trabalho perfeitamente alinhados, com pessoal vestido a rigor - bata, gorro e calçado especial - e fluxo de trabalho perfeitamente orientado, impressionam o visitante logo à chegada.
A colaboração e o trabalho de equipa são a nota dominante, aqui. Os técnicos estão divididos em grupos de 15 elementos, cada um deles com o respectivo chefe. Este é substituído, a intervalos regulares, de forma rotativa. É a ele que cabe coordenar a actividade do grupo, ajudar a resolver os problemas técnicos mais delicados e fazer a ponte com os responsáveis da oficina.
Um dos técnicos do OSFP em acção. |
A produtividade é determinada através de um sistema de atribuição de pontos, por cada tipo de modelo reparado. Cada técnico acumula um determinado número de pontos, de cada vez que dá uma câmara por concluída. O número de pontos acumulados contribui, por sua vez, para a determinação da remuneração do técnico.
Para além da verificação das condições de cada equipamento, em termos electrónicos e mecânicos, a unidade de Coimbra dispõe de espaços próprios para verificar o alinhamento dos eixos ópticos das objectivas das câmaras, e a estanquicidade dos modelos da linha Tough. No primeiro caso, são fotografadas miras especialmente concebidas para o efeito, com subsequente análise da distribuição da resolução, pela área da imagem. No segundo caso, é utilizada uma câmara de pressão para simular os efeitos de um mergulho a determinada profundidade. O ar ali contido é comprimido, e uma célula colocada no interior da máquina fotográfica detecta as variações de pressão eventualmente existentes, no decurso do ensaio.
Zona de teste de alinhamento do eixo óptico das objectivas. |
O Túnel de Ajuste para equipamento profissional foi, no entanto, o “departamento” que mais nos chamou a atenção. Aqui, câmaras e objectivas são submetidas aos mais rigorosos testes de controlo de qualidade com o auxílio de colimadores e outros instrumentos de precisão.
Nada falta, portanto, nesta unidade de reparação da Olympus, desde organização até aos meios técnicos.
O nível de sofisticação do sistema de gestão e a motivação dos colaboradores, são dois dos principais factores em que os responsáveis apostam, para ver o Olympus Service Facility Portugal reconhecido mundialmente pela excelência do seu trabalho.
2 comentários:
Faz um pouco lembrar a visita que fiz à Qimonda, que me impressionou imenso, pois tinha não só condições como pessoal competente para ainda hoje ser uma fábrica de excelência... pena a gestão, como em tudo neste país!
Pena é que eu já á mais de três anos que tento arranjar uma tampa para o compartimento do cartão de memória da minha E300 e até agora nada.
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