quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Canon - Topo da gama unificado

Numa altura em que muitos profissionais esperavam a substituição do modelo do topo da gama 1Ds da Canon por uma possível Mark IV, eis que a marca japonesa surpreende o mercado com uma espécie de unificação da série profissional com a novíssima EOS-1D X.
E falamos em unificação porque é disso mesmo que se trata: a substituição dos dois “navios-almirante ” da Canon - EOS-1D Mark IV e EOS-1Ds Mark III - por um modelo único, cuja denominação “X” não deixa de fazer jus a uma certa atmosfera de mistério em que esteve envolvida a substituição daqueles dois modelos.

É bem possível que os tempos de crise que atravessamos não sejam estranhos a esta filosofia da Canon, para concentrar os seus esforços de investigação e desenvolvimento - a que se seguem os de promoção e comercialização - num produto que sirva os propósitos de um variado leque de profissionais.
A Canon EOS-1D X tanto pretende suprir as necessidades dos fotógrafos de estúdio, como os que se dedicam ao fotojornalismo, ao desporto ou à fotografia de vida selvagem.
Os 18.1Mp do sensor CMOS, de 35 mm, da EOS-1D X revelam, por outro lado, que se entrou num período de acalmia na louca correria aos píxeis, de algum tempo atrás.
Os que já vaticinavam a inclusão do sensor de mais de uma centena de milhões de píxeis, anunciado pela Canon no ano passado, nos novos modelos profissionais da marca, vão ter que engolir mais um sapo vivo. Não só esse devaneio - para não lhe chamar delírio - não se concretizou, como assistimos, pelo contrário, à diminuição do número de fotocaptadores, relativamente à EOS-1Ds Mark III. Afinal o que conta não é a quantidade, mas sim a qualidade. E, neste campo, a coisa promete! Não estamos a garantir, note-se!
Para além de píxeis de “maior tamanho”, relativamente aos modelos que vem substituir, a EOS-1D X oferece uma nova versão de processador de imagem - na realidade, são dois DIGIC 5+ - que se apresentam reclamando um ganho de 2 pontos de sensibilidade, no desempenho do ruído. A gama de sensibilidades (calibrada) de ISO 100 a 51.200, pode ser alargada até 13 valores, correspondendo a um intervalo entre ISO 50 e o valor de sensibilidade mais elevado de sempre em câmaras fotográficas digitais, de ISO 208.400.
A alta capacidade de processamento dos dois DIGIC 5+, aliada ao novo obturador da EOS-1D X, de 400 mil ciclos, permite dispor de uma taxa de disparos contínuos, a plena resolução, de 12 fps, valor que aumenta para 14 fps no modo de alta velocidade; aqui porém, a câmara bloqueia o espelho na sua posição superior e utiliza os dados de fotometria e de focagem, determinados para a primeira imagem de sequência, para expor as restantes.
O sistema AF é também ele, uma novidade. Emprega 61 pontos de focagem, dos quais 41 são de tipo cruzado e respondem a aberturas iguais ou superiores a f:4; cinco desses pontos são do tipo cruzado, duplo, e requerem aberturas relativas iguais ou superiores a f:2.8 para trabalharem em pleno. À semelhança do que já acontecia na EOS-1D Mark IV a seleção manual dos pontos de focagem pode ser feita individualmente ou em grupos de 9 ou 15 pontos, a que acresce a função de expansão do ponto AF, com o qual a câmara se “socorre” dos 4 (ou 8) pontos contíguos ao ponto AF escolhido, para melhor precisão ao fotografar objectos em movimento.
O sistema de fotometria foi redesenhado no sentido de proporcionar níveis de precisão ainda maiores do que os anteriores. Alimentado por um processador DIGIC 4, dedicado apenas a estas funções, o sistema incorpora um sensor RGB de 100 mil píxeis, ligado ao sistema de focagem automática.
Ao nível do design externo, a EOS-1D X recebe um monitor traseiro Clear View II de maiores dimensões (3.2’) e resolução de 1040 Kp, coberto por vidro temperado, e vê aumentadas as dimensões dos botões de controlo – uma solução a pensar nos profissionais que têm que trabalhar sob condições extremas, com luvas. Naturalmente, os mesmos são selados contra poeiras e humidade, dando continuidade à robustez do corpo em liga de magnésio, capaz de operar sob temperaturas compreendidas entre 0 e 45º C e menos de 85% de humidade, segundo dados da marca.
A questão das poeiras, tão importante na fotografia por via digital, também foi alvo de atenção por parte da Canon, no que respeita à proteção do sensor de imagem. O novo sistema de limpeza aproveita tecnologia empregue nos sistemas de focagem das objectivas, utilizando vibrações com frequências semelhantes às dos motores ultrassónicos, daquelas.
Como não podia deixar de ser, o vídeo também faz parte do lote de funcionalidades oferecidas pela Canon EOS-1D X, continuando a tradição da marca iniciada com a EOS 5D Mark II
A captação Full HD (1920x 1080p) beneficia de um conjunto completo de opções manuais para controlar a exposição, a focagem e o enquadramento, a que se junta a possibilidade de ajustamento dos níveis de som, a partir do monitor traseiro da câmara.
O modo EOS Movie oferece agora gravações mais longas, criando automaticamente um novo ficheiro quando se atinge o limite de 4 GB. Um novo codec limita a compressão de dados da imagem com vista a uma maior disponibilidade de informação para edição e pós-produção.
A longa lista de especificações da Canon EOS-1D X contempla ainda uma grande variedade de acessórios e soluções de conectividade como é o caso do novo recetor de GPS (GP-E1), uma porta Ethernet ou o novo transmissor sem fios WFT-E6, que é capaz de resolver os problemas de envio de fotografias para um servidor FTP quando não está disponível uma ligação sem fios, oferece suporte para dispositivos Bluetooth e permite, ainda, reproduzir conteúdos num ecrã compatível através de uma conexão DLNA.
Como já deve ter adivinhado, não estamos perante um equipamento acessível a todas as bolsas. No entanto, se o lote de características da EOS-1D X lhe fez crescer água na boca, então vá juntando as suas economias até Março do ano que vem, altura em que a câmara deverá chegar ao mercado.

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