Eis-nos de volta ao tema da fotografia de alta
velocidade e ao controlador Ax3, recentemente desenvolvido pela empresa portuguesa
Amberpixel. Esta é a segunda parte do teste que fizemos a este aparelho,
iniciado no nosso artigo “Teste - Amberpixel Ax3 (Parte I)”. Depois de,
naquele, lhe termos dado conta do funcionamento dos três sensores incluídos de
série com o equipamento - som, infravermelhos e vibração -, vamos falar-lhe
agora das restantes funcionalidades do Ax3, não relacionadas - pelo menos,
directamente - com a fotografia de
alta velocidade.
Um disparador remoto
A funcionalidade mais básica
do Amberpixel Ax3, não relacionada com a fotografia de
alta velocidade, é a de um simples disparador remoto, por cabo. A aplicação
dedicada chama-se “Remote Control” e possui duas variantes, consoante se
pretende accionar o obturador da câmara ou o flash, respectivamente.
No primeiro caso, apenas não
conseguimos que o Ax3 mantivesse a câmara a disparar, quando esta estava configurada
em modo de disparos contínuos. O levantamento prévio do espelho e o
temporizador da câmara mostraram-se perfeitamente compatíveis com a aplicação
incluída no controlador; pelo menos, no caso do modelo utilizado no teste, a
Sony A900.
Se o objectivo é controlar o
flash, há que ter o obturador da câmara aberto - por exemplo, na posição B (Bulb)
-, de modo a garantir a captação do clarão produzido. O valor da abertura
relativa, necessária à obtenção da exposição correcta, deve ser determinado
previamente, de preferência com um fotómetro de mão.
Uma opção que permitisse
controlar a duração das longas exposições, quando usamos o modo B, seria muito
bem-vinda, já que o tempo máximo permitido pela própria câmara - antes de nos
socorrermos daquela opção - ronda, habitualmente, os 30 ou 60 segundos. Uma
forma de “dar a volta” à questão consiste em utilizar a aplicação “HDR
Bracketing” - de que lhe falamos mais adiante -, definir o respectivo tempo
inicial, para a exposição pretendida e deixar actuar o controlador. Esta opção
tem, no entanto e como veremos, alguns inconvenientes que condicionam a sua
eficácia e aplicabilidade.
Um intervalómetro fiável
Captar fotos a intervalos de
tempo regulares é uma opção de popularidade crescente hoje em dia, permitindo o
emprego de técnicas de produção
de vídeos, a partir de sequências de fotografias,
como é o caso da designada “Time Lapse”. Com ela, é possível criar a sensação
de aceleração do tempo, numa cena de exteriores, usando imagens captadas regularmente
a diferentes horas do dia.
Neste âmbito, o Amberpixel
Ax3 comporta-se muito bem; e só não dizemos que se comporta de uma “maneira exemplar”
por causa de um pequeno detalhe, a que aludiremos mais à frente. Entretanto,
analisemos os passos que há que dar, para pôr o sistema a funcionar.
A câmara deverá estar
completamente imóvel, ao longo de todo o processo. Se é previsível que as
condições de luz variem, de foto para foto, é conveniente irmos ajustando os
valores de exposição ou, se nos ausentarmos do local, deixar a câmara
configurada num dos modos automáticos ou semi-automáticos - prioridade à
abertura ou ao tempo de exposição - consoante as exigências do motivo
fotografado.
A “Timelapse Photo” é a aplicação que, no Ax3, é responsável pela activação da câmara fotográfica no momento certo. Apenas é necessário indicar ao controlador duas coisas: o número de fotografias que se pretende captar e o tempo que deve mediar entre imagens consecutivas. O pequeno “senão” - de que já falámos atrás, a propósito da função “Remote Control” - é que a primeira foto só é captada depois de decorrido o tempo estipulado como intervalo entre as fotografias. Isto é, se pretendermos registar uma imagem, de duas em duas horas, a primeira delas só é captada passados 120 minutos depois de darmos o “OK”. Esta é uma situação que obriga a “jogar em antecipação” e que acreditamos possa vir a ser objecto de atenção numa próxima versão do controlador.
A “Timelapse Photo” é a aplicação que, no Ax3, é responsável pela activação da câmara fotográfica no momento certo. Apenas é necessário indicar ao controlador duas coisas: o número de fotografias que se pretende captar e o tempo que deve mediar entre imagens consecutivas. O pequeno “senão” - de que já falámos atrás, a propósito da função “Remote Control” - é que a primeira foto só é captada depois de decorrido o tempo estipulado como intervalo entre as fotografias. Isto é, se pretendermos registar uma imagem, de duas em duas horas, a primeira delas só é captada passados 120 minutos depois de darmos o “OK”. Esta é uma situação que obriga a “jogar em antecipação” e que acreditamos possa vir a ser objecto de atenção numa próxima versão do controlador.
Séries muito longas de
fotografias aconselham a considerar a hipótese de fotografar com auxílio do
temporizador da câmara - regulável, de preferência - quando estiverem
envolvidas situações de muito baixa luminosidade, de modo a evitar que as
vibrações devidas ao movimento do espelho - nas câmaras reflex - fiquem
registadas nas imagens.
Por outro lado, se quiser conjugar
a utilização do Ax3 com o levantamento prévio do espelho da sua câmara, não se
esqueça dos seguintes aspectos: por um lado, utilizar focagem manual e, por
outro, dividir por 2 o intervalo entre exposições consecutivas - além de ter
que multiplicar por 2, o número de fotos pretendido. Isto é, se pretende captar
uma foto a cada 20 segundos, por exemplo, deverá marcar o valor de 10 segundos,
no Ax3. É que o controlador, primeiro, levantará o espelho, e só passados 10
segundos - quando se completar o ciclo seguinte - é que accionará o obturador.
A cada operação destas, a Ax3 soma uma unidade ao seu contador interno de fotos
captadas.
Este método não é
recomendável quando o intervalo especificado no controlador excede o tempo máximo
que o espelho da câmara pode estar levantado, sem que esta o recoloque na sua
posição de descanso; além da grande solicitação que faz à bateria da câmara, esta
acaba por não registar qualquer imagem.
E já que falamos de bateria,
não seria nada mau que o próprio controlador possuísse um indicador do estado
da sua própria pilha e, mesmo, uma função de poupança de bateria.
Para avaliar as prestações
do Amberpixel, nesta configuração, montámos este vídeo em Adobe Premiere
Elements 9, que o convidamos a ver.
Alta gama dinâmica
Tal como acontece na
utilização dos sensores de alta velocidade (ver Teste - Amberpixel Ax3 (Parte
I)), este é um modo de captação que requer a utilização do modo B, deixando ao
controlador o trabalho de supervisionar a duração das diferentes exposições.
Começa-se por escolher o
número de fotos a captar, o tempo de exposição da primeira delas - no mínimo,
um segundo - e o incremento de tempo entre captações sucessivas - no máximo,
dez segundos.
Esta é, sem dúvida, a função
menos “trabalhada” do controlador. Mas - convém não o esquecer - este é um
produto criado fundamentalmente para a fotografia de alta
velocidade, e não para responder aos desafios da fotografia de alta
gama dinâmica (HDR). As variações de tempos de exposição,
conseguidas conjugando o tempo inicial com os incrementos, obrigam a uma
escolha criteriosa de quais as imagens que deverão ser aproveitadas para
efectuar a fusão em HDR. Tal
pode significar ter que rejeitar várias imagens intermédias, que inevitavelmente
há que recolher, só para seleccionarmos as que possuem diferenças de exposição significativas,
entre si, expressas em EV.
Por outro lado, uma
exposição inicial, máxima, de 180 segundos, se bem que possa ser mais do que
suficiente para uma cena nocturna citadina, é francamente curta para a maioria
das cenas nocturnas em ambiente campestre.
Obtenha várias fotos com diferentes exposições, controladas pelo Amberpixel Ax3... |
... e junte-as numa só, com uma aplicação específica para HDR. (Efeito simulado, com fins meramente ilustrativos da técnica). |
Conclusão
Embora tenha sido criado
para responder às exigências da fotografia de alta velocidade, o Amberpixel Ax3
oferece outras funcionalidades que não são de desprezar. Desde disparar a nossa
câmara por controlo remoto, passando pela captação de fotos a intervalos
regulares - permitindo a posterior montagem sob a forma de um vídeo “Time
Lapse” - até à obtenção de
imagens de alta gama dinâmica (HDR), podemos fazer tudo isso
com um mesmo equipamento.
Esta última opção é a que
melhor denota a vocação do controlador para outro tipo de trabalho, a fotografia de alta
velocidade, campo onde o Ax3 está como peixe na água.
Dotar a função de controlo
remoto, da possibilidade de escolher a duração de uma longa exposição, ou poder
definir o momento em que a câmara deve iniciar a série de fotografias, na opção
de intervalómtero, seriam dois benefícios muito apreciados, nos modelos de futura
geração.
O funcionamento da captação
HDR varia muito em função das condições de luz, disponíveis; pode ser altamente
consumidor de tempo - e de energia -, em fotografia nocturna, longe de ambiente
urbano, ou permitir sequências de exposições mais curtas, para captar as luzes
da cidade.
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