quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Minolta 7000 - O pontapé de saída

Já têm sido aqui apresentadas câmaras que, pelas suas características técnicas particulares, pelas histórias que lhes estão associadas, pelo seu sucesso comercial, pela sua idade, modelo ou carácter inovador, atingiram níveis de notoriedade dignos de realce. A Minolta 7000 também não foge à regra e, se bem que se trate de um modelo relativamente recente, merece bem o epíteto de câmara histórica, pelo marco que representou na evolução dos aparelhos fotográficos de 35 mm.
É verdade que, antes da Minolta 7000 ter visto a luz do dia, em Janeiro de 1985, já as restantes concorrentes nipónicas tinham apresentado as suas primeiras propostas no domínio da focagem automática. Mas estas propostas eram normalmente adaptações feitas em objectivas, ou tratava-se da incorporação de sistemas de focagem assistida, com luzes indicadoras, que nem sempre dispensavam o accionamento do anel de focagem.
O aparecimento da Minolta 7000 - em alguns mercados designada por Maxxum ou Dynax 7000 - obrigou os outros fabricantes envolvidos na corrida pela focagem automática, a voltar aos estiradores e rever os conceitos por detrás das suas propostas. O caso não era para menos. A marca de Osaka propunha, de uma assentada, um cortejo de funções e automatismos incorporados, sem precedentes: focagem automática integrada no corpo da câmara; um sistema completo de objectivas, flashes e acessórios para fotografia com focagem automática; quatro modos de controlo de exposição (P,S,A e M) no mesmo aparelho; carregamento, avanço e rebobinagem automática do filme, sem recurso a motor acessório; e painéis indicadores em cristal líquido, para só citar algumas das impressionantes - à época - características desta revolucionária reflex.
O sistema trabalhava de forma integrada, com os dados do inovador sistema de focagem por detecção de diferença de fase a serem fornecidos ao sistema de cálculo da exposição. A focagem em total escuridão - de objectos situados até cinco metros - encontrava-se garantida com a ajuda de um feixe de raios infravermelhos, provenientes de um flash dedicado, montado na respectiva sapata.
Mas nem tudo foram rosas, com o lançamento deste argumento de peso no mercado fotográfico. As más notícias afectaram, sobretudo, os tradicionais utilizadores da marca, que se viram privados de evoluir para esta nova era na fotografia com as objectivas que já possuíam; é que a Minolta resolveu, com a 7000, lançar um novo encaixe de objectiva, de tipo A, com contactos eléctricos, de diâmetro e concepção incompatíveis com as baionetas MC/MD das ópticas precedentes.

A introdução de outros modelos, como a 5000 e (sobretudo) a 9000, naquele mesmo ano, projectou a Minolta para o topo tecnológico das marcas japonesas, durante os meados da década de 80.
Não é difícil concluir acerca do corte radical que a 7000 representou na tendência que se verificava no domínio da focagem automática, nem aceitar a ideia de que a Minolta criou, assim, um novo padrão de referência na concepção de câmaras fotográficas.

1 comentário:

Anónimo disse...

beneficiou e muito da parceria que tinha com a Leica que foi quem primeiro apresentou um sistema de autofocus na photokina. mas como não estava à altura dos standards da marca passou o know-how à sua parceira.