Esta conjugação de possibilidades terá estado na origem do nome do modelo “635”, que não era mais do que uma variante do modelo D da marca, adaptada ao trabalho com o filme de pequeno formato.
A Yashica 635 não diferia muito, em termos de concepção, do tipo de construção das câmaras TLR da época. As semelhanças com as suas correspondentes germânicas, da altura, eram notáveis; desde o aspecto geral, dominado pelas duas objectivas sobrepostas, até à colocação dos comandos de operação.
De um e de outro lado do corpo da máquina, dispunham-se as habituais rodas de focagem e de arraste do filme 120 (à direita) e de 35 mm (do lado contrário), bem como os respectivos contadores de exposições. Estas rodas de avanço da película desempenhavam as funções da alavanca com armamento automático do obturador. Em consequência disso, era necessário ter redobrada atenção, de modo a evitar a exposição múltipla, acidental. Este problema viria a ser solucionado mais tarde, no modelo 124G.
Yashica 635 com o adaptador para 35 mm. |
Os grupos ópticos eram dominados por um par de objectivas Yashikor 80 mm f:3.5, de 3 elementos, se bem que seja possível encontrar exemplares providos com objectivas Yashinon, de 4 elementos, com idênticas especificações de distância focal e abertura máxima; mas de rendimento óptico significativamente superior. É que o calcanhar de Aquiles da óptica de 3 elementos - sobretudo ao usar o formato de 6 x 6 cm - residia precisamente na deficiente qualidade obtida nos bordos da imagem, aquando do uso das aberturas maiores.
Entre as lentes da objectiva inferior, os projectistas da Yashica colocaram um obturador Copal MXV que permitia velocidades de obturação compreendidas entre 1“ e 1/500”, a que acrescia uma posição de pose, B.
Como é habitual neste tipo de equipamentos, o enquadramento era feito observando o despolido de cima para baixo. Neste, dois pares de linhas perpendiculares entre si definiam os limites da imagem de 24 x 36 mm, servindo de guia para os utilizadores daquele formato.
A opção de dotar o modelo da possibilidade de usar dois formatos distintos de película pode ser questionável, dado que a combinação resultante conjugava os dois principais inconvenientes de cada uma das opções: o pequeno tamanho do filme 35 mm e a dificuldade de enquadrar com um visor em que os lados, esquerdo e direito, da imagem apareciam invertidos.
No entanto, a mesma combinação também podia ser encarada como um grau de liberdade acrescido, para a eventualidade do fotógrafo se ver confrontado com uma súbita falta do seu filme preferido. Nessas circunstâncias, a disponibilidade do outro formato de filme, seria a garantia da continuidade do trabalho.
1 comentário:
Eu tenho uma há quase 40 anos. Não me sempre bem com o dispositivo para 35mm. As vezes ele simplesmente não passava o filme. Eu pensava que tinha fotografado e não havia nada registrado.
Perdi a bolsa original e a tampinha das lentes. Mas ela fotografa direitinho, até hoje.
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