Para assinalar a exposição mundial que teve lugar em Osaka, Japão , em
1970, foi levada a cabo, em Janeiro do ano seguinte, uma cerimónia muito
especial. Nela, duas cápsulas do tempo com idênticos conteúdos foram enterrados
numa câmara selada, a 9 e a 14
metros de profundidade, respectivamente.
No seu interior levavam objectos criteriosamente escolhidos
para representar os estilos de vida e os avanços técnicos e científicos da
época, particularmente no país do sol nascente.
Uma das cápsulas deveria ser desenterrada 30 anos mais tarde
para verificação do estado de conservação do seu conteúdo e depois novamente
enterrada, repetindo-se o procedimento à passagem de cada novo século. A
segunda cápsula foi destinada a apenas ser desenterrada ao fim de 5 mil anos.
Mais de 2000 objectos faziam parte do recheio de cada
cápsula. Mas, entre eles, apenas figurava uma única máquina fotográfica: a
Olympus Pen FT.
A linha Pen (relançada nos tempos modernos, no verão de
2009) tinha surgido em 1959 na sequência da intenção de criar uma câmara
fotográfica fácil de transportar e sempre pronta a ser usada, como se de uma caneta se tratasse.
Apresentava a particularidade curiosa de utilizar apenas metade do formato
corrente 24x36 mm, usado na generalidade das câmaras de pequeno formato da
altura. Por isso, o número de imagens obtidas era o dobro do habitual,
chegando-se ao máximo de 72
fotografias por rolo.
A F era o centro de um completíssimo sistema que englobava
objectivas intermutáveis, com distâncias focais compreendidas entre 20 e 800 mm , incluindo duas
“zoom”, e um amplo conjunto de acessórios para macrofotografia (lentes de
aproximação e tubos e foles de extensão), adaptadores para microscópio e para
objectivas de outros fabricantes, copiadores de diapositivos e filtros.
No corpo da máquina, destacava-se o visor óptico vertical, herdado dos
primeiros modelos, velocidades de obturação compreendidas entre
A leitura TTL só apareceu em 1966, na versão Pen FT,
por via de uma célula de CdS colocada por detrás do espelho semi-reflector. Até
aí, a determinação da exposição no modelo F era feita por meio de um acessório
de medição, montado na parte frontal do corpo da máquina sobre o anel das
velocidades. Uma tomada para flash, com possibilidade de
comutação entre contactos X e M, completava o rol de
características da nova versão. Os predicados tecnológicos das várias versões
da Olympus Pen F, aliados à elegância das suas linhas justificam, por si só, a
razão de se terem tornado alvo privilegiado do apetite dos coleccionadores;
algo que as presentes versões digitais - sobretudo a Pen E-P1, pelo seu
significado histórico - também ameaçam fazer.
1 comentário:
Gostei. Foi a minha primeira SLR, a PEN FT. Agora pertence ao museu Colorfoto.
Enviar um comentário