terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Polaroid SX-70 - A revolução no instantâneo


Pode não ser o modelo mais conhecido da Polaroid, a nível mundial - esse título pertence à Captiva -, mas a SX-70 é seguramente, pelo seu design inovador, pela facilidade de utilização e pelas potencialidades criativas das suas imagens, um ícone na história do aparelho fotográfico.
A sua produção iniciou-se no “longínquo” ano de 1972, após um longo período de pesquisa e desenvolvimento, liderados por Edwin Land. Este impôs como requisitos principais para o modelo que tinha em mente, a capacidade de a câmara caber num bolso de casaco, de as suas imagens constituírem um invólucro integral - sem ser necessário destacar películas intermédias - e de a revelação ser feita sem intervenção humana, em plena luz do dia.
Completamente fechada,
cabia no bolso de um casaco
Os investigadores e projectistas da Polaroid desenvolveram, então, uma câmara totalmente nova, com tecnologias inovadoras, como o cálculo automático da exposição, pacotes de filme alimentados por bateria própria, química de actuação temporizada - que começava no momento adequado e, sobretudo, que deixava de ter actividade quando a imagem estava completamente revelada - fazendo uso dos períodos de indução dos vários químicos e, em versões mais recentes, focagem automática por meio de sonar.
Graças a um conjunto de elementos estruturais flexíveis, de tipo fole, a SX-70 era uma máquina fotográfica do colapsável que, totalmente fechada, tomava a forma de um paralelepípedo com pouco menos de 6 cm de espessura. Os materiais de construção do invólucro exterior variaram ao longo dos anos, do metal cromado e o couro - nas versões mais antigas -, aos plásticos e vinilo, das versões mais recentes. A objectiva de 116 mm e f:8, de quatro elementos, era ladeada por uma roda de focagem e uma célula fotoeléctrica (o “Electric Eye”). Esta célula, em conjugação com uma roda de ajuste da luminosidade, controlava a exposição dada à imagem.
O enquadramento era feito por um visor de tipo reflex, e a focagem era assistida por um círculo de imagem partida, localizado na parte inferior do visor. O sistema de focagem tinha, ainda, a particularidade de auxiliar na determinação da exposição com flash; a distância de focagem, indroduzida na máquina através da respectiva roda, era o dado de entrada para o sistema de cálculo, de tal modo que as imagens poderiam resultar demasiado claras ou escuras, caso estivessem muito desfocadas.
Caixas de filme para a SX-70
As imagens instantâneas produzidas pela Polaroid SX-70 mediam 7.8 x 8.0 cm e constituíam imagens finais, não permitindo ampliações. Respondiam, em grande medida, às exigências de certos segmentos do mercado fotográfico que, pretendiam obter uma imagem final, processada, imediatamente após a execução do “clique”. O acto de accionar o botão do disparador, não só, abria o obturador, como ainda provocava a saída da fotografia por uma ranhura existente na parte frontal da câmara. Depois, bastava esperar alguns minutos até que a imagem completasse o seu processamento e se tornasse visível. Curiosamente, e graças aos esforços do projecto Impossible (ler também o nosso artigo ‘Missão impossível’, esta ainda é a maneira mais rápida, na actualidade, de se obter uma fotografia impressa em papel.
A produção da SX-70 cessou em 1982 se bem que tenham sido posteriormente lançados alguns modelos baseados na mesma, mas que não atingiram a notoriedade do modelo inicial.
No entanto a sigla SX-70 continua a ser utilizada no meio fotográfico para designar um processo alternativo de manipulação de imagens fotográficas instantâneas.

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