
Logicamente, nem todos os utilizadores de câmaras reflex (ou de sistemas micro) necessitarão de um destes dispositivos para operar as suas câmaras. Mas quem se interessa por fotografia nocturna - ou em ambientes de baixa luminosidade, em geral -, onde é altamente aconselhável evitar qualquer contacto físico entre fotógrafo e câmara no momento do disparo, ou o fotógrafo de natureza e vida selvagem que necessite estar afastado da sua câmara dissimulada entre os arbustos - para não afugentar os animais com a sua presença -, é natural que aprecie as possibilidades de disparo à distância, sem fios, proporcionadas por estes dois controladores. Até porque poder controlar o momento em que uma câmara abre e fecha o seu obturador, a cerca de uma centena de metros da mesma, pode dar muito jeito.
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O Pixel TW-282 é o mais avançado e também o mais caro |
Além disso, ambos os
controladores permitem efectuar disparos contínuos à taxa de um fotograma por
segundo - mesmo com a câmara configurada para disparo simples - e longas
exposições de duração determinada a partir do próprio emissor, usando o modo
“Bulb” (tanto na câmara, como no controlador).
Comum aos RW-221 e TW-282 é,
também, o modo de temporizador. No primeiro caso, apenas dispomos de uma
possibilidade de regulação (uma imagem ao fim de 5 segundos, que podem ser
adicionados ao intervalo de tempo definido no temporizador da própria câmara);
no caso do TW-282, o temporizador permite escolher o número total de imagens a
captar (até 99) ao fim do intervalo de tempo especificado pelo fotógrafo (até
59 segundos). Neste caso, a câmara captará uma imagem por cada segundo
decorrido após aquele intervalo.
Outra grande diferença entre
os dois controladores da Pixel é a faculdade de o TW-282 poder comandar uma
sessão fotográfica de tipo lapso de tempo (“Time lapse”), cujo início, duração
e intervalo entre fotos são previamente determinados pelo utilizador.
A diferença de preço, entre
ambos, ronda os 55€. Sem atendermos aos gastos de envio, o RW-221, pode ser
adquirido por cerca de 40€, e o TW-282 custa 95€, aproximadamente (compras a
efectuar a partir do sítio do importador, http://amberpixel.com/index.php/).
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O RW-221, o mais acessível dos controladores dos controladores de câmaras, via rádio, da Pixel. O receptor (à esquerda), possui um botão para disparar a câmara, directamente. |
RW-221 - Simplicidade fiável
Este é o mais simples dos
dois sistemas de controlo à distância, em fios, de que lhe falamos neste
artigo. É constituído por duas unidade - emissor e receptor - alimentados por
um par de pilhas de tipo AAA, de 1.5V, cada, e que comunicam entre si através
de ondas de rádio, na frequência de 2.4 GHz (modulação FSK).
O receptor (RW-221RX) pode
ser instalado directamente na sapata de acessórios da câmara (excepto nos
modelos da Sony, onde é necessária uma sapata adaptadora, opcional), ou montado
num pequeno tripé, nas imediações da mesma, graças a uma rosca de 1/4"
existente na sua base. Uma porca de aperto ajuda, no primeiro caso, a aumentar
a segurança da montagem, reforçando o que dissemos inicialmente acerca do
cuidado que a Pixel põe no fabrico dos seus produtos.
A ligação entre receptor e
câmara, para efeitos de controlo do disparo, está a cargo de um cabo dedicado
que vem incluído com o controlador e é função da marca e modelo da câmara
utilizada.
Os dados de consumo de energia
fornecidos pelo fabricante apontam para uma autonomia - em modo de espera - de
300 horas, para o receptor e de 3 anos, no caso do emissor, dados que,
naturalmente, não tivemos oportunidade de verificar.
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No Pixel RW-221, a escolha dos canais de trabalho faz-se por via de 4 patilhas, no in- terior do compartimento das pilhas. |
A forma mais simples de
comandar a câmara com o RW-221 consiste em fazê-lo, directamente, a partir do
botão disparador instalado no próprio receptor, mesmo que este esteja desligado
– uma boa forma de poupar energia, em trabalhos fotográficos mais simples.
A comunicação sim fios,
entre emissor e receptor pode ser efectuada usando um dos 16 canais
seleccionáveis a partir das 4 patilhas existentes nos respectivos
compartimentos das pilhas.
O accionamento do obturador
da câmara é praticamente imediato, desde que a configuração da focagem
automática da câmara o permita. Dar primazia ao disparo, em vez da focagem pode
ser, aqui, a chave para a resolução de muitos problemas.
Mesmo que nos encontremos
nutra divisão da casa e, nalguns casos, a partir da própria rua, o RW-221
possui uma eficácia impressionante. Em exteriores, e em linha recta, as
prestações do dispositivo também nos impressionou pela positiva. Com as pilhas
completamente carregadas, conseguimos disparar a nossa câmara de teste (Sony
A900) a mais de 120
metros de distância. É obra!
Menos boa, na nossa opinião
é a disposição das várias funções no RW-221TX - o transmissor -, demasiado
próximas umas das outras; sobretudo, as correspondentes aos modos “Bulb” e
temporizador. Nos primeiros contactos com o dispositivo, há que ter algum
cuidado para não seleccionar a função errada. Com o hábito, as coisas tendem a
compor-se.
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As quatro posições das funções estão muito juntas, no emissor do RW-221. |
O modo de temporizador
apresenta a vantagem - relativamente a muitas câmaras com a mesma função - de
se poder interromper o processo, voltando a carregar no botão disparador, do
emissor.
No modo “Bulb” - à
semelhança do antigo modo T, de muitas câmaras - a primeira pressão do
disparador abre o obturador da câmara, e pressionar novamente o mesmo botão,
fecha-o No caso de se trabalhar com a função de levantamento prévio do espelho
da câmara, foram necessários dois toques adicionais, intermédios, para abrir o
obturador.
Não deixa de ser curioso o
facto de o mesmo modo “Bulb” (no controlador) ser o modo indicado para
usufruir, na plenitude, das capacidades de disparos contínuos. Escolha esta opção
na sua câmara e seleccione aquele modo, no controlador; depois, apenas
necessitará de escolher o momento de início e fim da sequência. Claro que
deverá atender às características da sua câmara, nomeadamente ao número máximo
de disparos consecutivos permitidos pela sua memória-tampão, para o formato de
ficheiro de imagem, utilizado.
TW-282 - Sofisticação acessível
Mais sofisticado do que o
seu “primo” afastado, o Pixel TW-282 oferece um total de 99 canais, todos
seleccionáveis por meio de menus, tanto no emissor (TW-282TX), como no receptor
TW-282RX). Com isto, consegue-se comandar diferentes grupos de câmaras com o
mesmo emissor, atribuindo a cada um dos respectivos grupos de receptores um
canal diferente. A partir daí, basta escolher o número do canal desejado no
próprio emissor.
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O Pixel TW-282 possui um ecrã de cristal líquido e um multisselector para escolher as configurações desejadas. |
Este último tem dimensões
bastante mais generosas do que o RW-221TX, mas a sua ergonomia é, no mínimo,
muito boa. Aqui, a alimentação também está a cargo de duas pilhas de tipo AAA,
de 1.5V, cuja autonomia, em modo de espera, se cifra em 4 anos, segundo a marca.
O receptor, pelo contrário,
é alimentado com idêntica voltagem (3V), mas esta é proveniente de um tipo
diferente de bateria (CR-2). Em modo de espera, a autonomia cifra-se em 400
horas – ainda, segundo dados do fabricante.
O TW-282TX é bastante fácil
de operar; mesmo de noite - ao contrário do RW-221 - e graças ao seu ecrã de
cristal líquido, iluminado por 3 díodos LED, brancos, existentes na sua parte
superior. A escolha da função desejada, e respectivas configurações, é bastante
rápida, com o selector multidireccional frontal.
O receptor, tal como no
RW-221, pode ser montado na sapata da câmara - com os mesmos condicionalismos
que mencionámos atrás, para o caso da Sony - ou num tripé. Ao contrário do seu
companheiro de gama, não possui botão disparador. Dois pequenos botões são tudo
quanto a Pixel entendeu necessário colocar no TW-282RX para o ligar e desligar,
acender as suas duas luzes laterais - esverdeadas, ao contrário das do emissor
- e configurar o canal em que se deseja trabalhar.
Com o Pixel TW-282, a sequência de montagem
do receptor e respectivo cabo de ligação à câmara - o mesmo utilizado com o
RW-221 - pode ter influência no desempenho da própria câmara. As ligações devem
ser efectuadas com ambos os aparelhos (receptor e câmara) desligados, e seguir
à risca os procedimentos do manual de instruções. De outra forma, corre o risco
de a sua câmara bloquear e ter que repetir o processo.
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O receptor do Pixel TW-282 apenas possui dois botões, para escolha do canal de tra- balho, alimentação e iluminação do LCD. |
Tal como havíamos constatado
com o RW-221, é possível usar a função de levantamento de espelho, em modo de
disparo simples. Neste caso, são necessários dois toques no botão disparador do
emissor: o primeiro, para levantar o espelho, e o segundo para expor o sensor.
O modo de disparos contínuos também capta imagens à cadência de uma por
segundo.
Uma vez mais, a melhor forma
de usufruir de todas as potencialidades da nossa máquina, em matéria de
disparos contínuos, consiste no uso combinado deste modo, na câmara, e do modo
“Bulb”, no controlador.
No domínio das longas
exposições, o procedimento é o mesmo que no RW-221; escolher a opção “Bulb”,
tanto na câmara como no controlador. Neste caso, temos a vantagem de este
último utilizar um cronómetro que nos mostra o tempo decorrido desde o início
da exposição. Pena é que não tenhamos a possibilidade contrária, isto é,
programar previamente o controlador com a duração de exposição desejada, e
deixar o sistema actuar em contagem regressiva. Se pretendermos utilizar o
levantamento prévio do espelho, “caímos” numa situação análoga àquela a que já
nos referimos, a propósito do RW-221, com a necessidade dos dois toques
adicionais, intermédios; felizmente, a contagem do tempo de exposição é reposta
a zero quando se abre, efectivamente, o obturador.
O intervalómetro é uma das funções mais
interessantes, integradas no TW-282. Ideal para a fotografia de tipo “Time
Lapse”, a função pode ser programada com vários parâmetros: tempo até ao
primeiro disparo, duração da exposição e intervalo entre exposições
consecutivas (todos, até um máximo de 99h59’59”), bem como o número de fotos
captadas (até 99). A não indicação deste parâmetro permite gravar um número
indeterminado de fotografias, dependendo da capacidade do cartão de memória e
das baterias dos dispositivos envolvidos (câmara e receptor). Fizemos a experiência
de retirar as pilhas ao transmissor, no desenrolar do processo e esta não parou
senão quando desligámos o receptor.
O alcance do TW-282
ultrapassou os 100 metros
- em linha recta, e sem obstáculos físicos -, usando pilhas completamente
carregadas, um valor que está acima do anunciado pelo próprio fabricante: 80 metros.
Conclusão
Com os RW-221 e TW-282, a Pixel propõe-nos dois
excelentes companheiros para qualquer câmara DSLR ou compacta de objectiva
intermutável (micro), quando toca a trabalhar com tripé e as condições exigem -
ou, pelo menos, aconselham – que se evite qualquer contacto entre fotógrafo e
câmara.
Disparar à distância, sem
fios, torna-se extremamente fácil, com ambos os sistemas testados. Embora mais
caros do que um simples disparador de cabo, ou por infravermelhos, têm a
vantagem de poder operar a câmara a distâncias muito maiores do que aquele e
oferecendo funções integradas (principalmente o TW-282) que nem sempre estão
disponíveis nas câmaras.
A escolha de um ou outro
depende - tal como na aquisição de uma câmara fotográfica - do tipo de trabalho
fotográfico que se pretende fazer. Alcance e - segundo os dados do fabricante -
autonomia são dois pontos fortes a juntar às funções integradas em ambos os
controladores.
2 comentários:
e esses "briquendos" custam a volta de ....
40 e 95 Euros, aproximadamente, fora os portes
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