terça-feira, 14 de junho de 2011

Teste - Pixel RW-221 e TW-282

Fabricados em Hong Kong e distribuídos em Portugal pela Amberpixel, os produtos do fabricante chinês, Pixel, exibem um cuidado na sua preparação, a que muitos de nós não estamos habituados a ver em produtos oriundos daquele país. Aliás, a qualidade e cuidados de fabrico começam por se fazer notar nas próprias embalagens onde os controladores RW-221 e TW-282 se apresentam, conjuntamente com o cabo de ligação à câmara e as pilhas de tipo AAA/CR-2 que alimentam os respectivos emissores e receptores.Qual a função, então, destes controladores, que justifica que nos tenhamos interessado por eles, ao ponto de lhes dedicar um artigo de teste?
Logicamente, nem todos os utilizadores de câmaras reflex (ou de sistemas micro) necessitarão de um destes dispositivos para operar as suas câmaras. Mas quem se interessa por fotografia nocturna - ou em ambientes de baixa luminosidade, em geral -, onde é altamente aconselhável evitar qualquer contacto físico entre fotógrafo e câmara no momento do disparo, ou o fotógrafo de natureza e vida selvagem que necessite estar afastado da sua câmara dissimulada entre os arbustos - para não afugentar os animais com a sua presença -, é natural que aprecie as possibilidades de disparo à distância, sem fios, proporcionadas por estes dois controladores. Até porque poder controlar o momento em que uma câmara abre e fecha o seu obturador, a cerca de uma centena de metros da mesma, pode dar muito jeito.
O Pixel TW-282 é o mais avançado e também o mais caro
Além disso, ambos os controladores permitem efectuar disparos contínuos à taxa de um fotograma por segundo - mesmo com a câmara configurada para disparo simples - e longas exposições de duração determinada a partir do próprio emissor, usando o modo “Bulb” (tanto na câmara, como no controlador).
Comum aos RW-221 e TW-282 é, também, o modo de temporizador. No primeiro caso, apenas dispomos de uma possibilidade de regulação (uma imagem ao fim de 5 segundos, que podem ser adicionados ao intervalo de tempo definido no temporizador da própria câmara); no caso do TW-282, o temporizador permite escolher o número total de imagens a captar (até 99) ao fim do intervalo de tempo especificado pelo fotógrafo (até 59 segundos). Neste caso, a câmara captará uma imagem por cada segundo decorrido após aquele intervalo.
Outra grande diferença entre os dois controladores da Pixel é a faculdade de o TW-282 poder comandar uma sessão fotográfica de tipo lapso de tempo (“Time lapse”), cujo início, duração e intervalo entre fotos são previamente determinados pelo utilizador.
A diferença de preço, entre ambos, ronda os 55€. Sem atendermos aos gastos de envio, o RW-221, pode ser adquirido por cerca de 40€, e o TW-282 custa 95€, aproximadamente (compras a efectuar a partir do sítio do importador, http://amberpixel.com/index.php/).
O RW-221, o mais acessível dos controladores dos controladores
de câmaras, via rádio, da Pixel. O receptor (à esquerda), possui
um botão para disparar a câmara, directamente.

RW-221 - Simplicidade fiável
Este é o mais simples dos dois sistemas de controlo à distância, em fios, de que lhe falamos neste artigo. É constituído por duas unidade - emissor e receptor - alimentados por um par de pilhas de tipo AAA, de 1.5V, cada, e que comunicam entre si através de ondas de rádio, na frequência de 2.4 GHz (modulação FSK).
O receptor (RW-221RX) pode ser instalado directamente na sapata de acessórios da câmara (excepto nos modelos da Sony, onde é necessária uma sapata adaptadora, opcional), ou montado num pequeno tripé, nas imediações da mesma, graças a uma rosca de 1/4" existente na sua base. Uma porca de aperto ajuda, no primeiro caso, a aumentar a segurança da montagem, reforçando o que dissemos inicialmente acerca do cuidado que a Pixel põe no fabrico dos seus produtos.
A ligação entre receptor e câmara, para efeitos de controlo do disparo, está a cargo de um cabo dedicado que vem incluído com o controlador e é função da marca e modelo da câmara utilizada.
Os dados de consumo de energia fornecidos pelo fabricante apontam para uma autonomia - em modo de espera - de 300 horas, para o receptor e de 3 anos, no caso do emissor, dados que, naturalmente, não tivemos oportunidade de verificar.
No Pixel RW-221, a escolha dos canais de
trabalho faz-se por via de 4 patilhas, no in-
terior do compartimento das pilhas.
A forma mais simples de comandar a câmara com o RW-221 consiste em fazê-lo, directamente, a partir do botão disparador instalado no próprio receptor, mesmo que este esteja desligado – uma boa forma de poupar energia, em trabalhos fotográficos mais simples.
A comunicação sim fios, entre emissor e receptor pode ser efectuada usando um dos 16 canais seleccionáveis a partir das 4 patilhas existentes nos respectivos compartimentos das pilhas.
O accionamento do obturador da câmara é praticamente imediato, desde que a configuração da focagem automática da câmara o permita. Dar primazia ao disparo, em vez da focagem pode ser, aqui, a chave para a resolução de muitos problemas.
Mesmo que nos encontremos nutra divisão da casa e, nalguns casos, a partir da própria rua, o RW-221 possui uma eficácia impressionante. Em exteriores, e em linha recta, as prestações do dispositivo também nos impressionou pela positiva. Com as pilhas completamente carregadas, conseguimos disparar a nossa câmara de teste (Sony A900) a mais de 120 metros de distância. É obra!
Menos boa, na nossa opinião é a disposição das várias funções no RW-221TX - o transmissor -, demasiado próximas umas das outras; sobretudo, as correspondentes aos modos “Bulb” e temporizador. Nos primeiros contactos com o dispositivo, há que ter algum cuidado para não seleccionar a função errada. Com o hábito, as coisas tendem a compor-se.
As quatro posições das funções estão
muito juntas, no emissor do RW-221.
O modo de temporizador apresenta a vantagem - relativamente a muitas câmaras com a mesma função - de se poder interromper o processo, voltando a carregar no botão disparador, do emissor.
No modo “Bulb” - à semelhança do antigo modo T, de muitas câmaras - a primeira pressão do disparador abre o obturador da câmara, e pressionar novamente o mesmo botão, fecha-o No caso de se trabalhar com a função de levantamento prévio do espelho da câmara, foram necessários dois toques adicionais, intermédios, para abrir o obturador.
Não deixa de ser curioso o facto de o mesmo modo “Bulb” (no controlador) ser o modo indicado para usufruir, na plenitude, das capacidades de disparos contínuos. Escolha esta opção na sua câmara e seleccione aquele modo, no controlador; depois, apenas necessitará de escolher o momento de início e fim da sequência. Claro que deverá atender às características da sua câmara, nomeadamente ao número máximo de disparos consecutivos permitidos pela sua memória-tampão, para o formato de ficheiro de imagem, utilizado.

TW-282 - Sofisticação acessível
Mais sofisticado do que o seu “primo” afastado, o Pixel TW-282 oferece um total de 99 canais, todos seleccionáveis por meio de menus, tanto no emissor (TW-282TX), como no receptor TW-282RX). Com isto, consegue-se comandar diferentes grupos de câmaras com o mesmo emissor, atribuindo a cada um dos respectivos grupos de receptores um canal diferente. A partir daí, basta escolher o número do canal desejado no próprio emissor.
O Pixel TW-282 possui um ecrã de cristal
líquido e um multisselector para escolher
as configurações desejadas.
Este último tem dimensões bastante mais generosas do que o RW-221TX, mas a sua ergonomia é, no mínimo, muito boa. Aqui, a alimentação também está a cargo de duas pilhas de tipo AAA, de 1.5V, cuja autonomia, em modo de espera, se cifra em 4 anos, segundo a marca.
O receptor, pelo contrário, é alimentado com idêntica voltagem (3V), mas esta é proveniente de um tipo diferente de bateria (CR-2). Em modo de espera, a autonomia cifra-se em 400 horas – ainda, segundo dados do fabricante.
O TW-282TX é bastante fácil de operar; mesmo de noite - ao contrário do RW-221 - e graças ao seu ecrã de cristal líquido, iluminado por 3 díodos LED, brancos, existentes na sua parte superior. A escolha da função desejada, e respectivas configurações, é bastante rápida, com o selector multidireccional frontal.
O receptor, tal como no RW-221, pode ser montado na sapata da câmara - com os mesmos condicionalismos que mencionámos atrás, para o caso da Sony - ou num tripé. Ao contrário do seu companheiro de gama, não possui botão disparador. Dois pequenos botões são tudo quanto a Pixel entendeu necessário colocar no TW-282RX para o ligar e desligar, acender as suas duas luzes laterais - esverdeadas, ao contrário das do emissor - e configurar o canal em que se deseja trabalhar.
Com o Pixel TW-282, a sequência de montagem do receptor e respectivo cabo de ligação à câmara - o mesmo utilizado com o RW-221 - pode ter influência no desempenho da própria câmara. As ligações devem ser efectuadas com ambos os aparelhos (receptor e câmara) desligados, e seguir à risca os procedimentos do manual de instruções. De outra forma, corre o risco de a sua câmara bloquear e ter que repetir o processo.
O receptor do Pixel TW-282 apenas possui
dois botões, para escolha do canal de tra-
balho, alimentação e iluminação do LCD.
Tal como havíamos constatado com o RW-221, é possível usar a função de levantamento de espelho, em modo de disparo simples. Neste caso, são necessários dois toques no botão disparador do emissor: o primeiro, para levantar o espelho, e o segundo para expor o sensor. O modo de disparos contínuos também capta imagens à cadência de uma por segundo.
Uma vez mais, a melhor forma de usufruir de todas as potencialidades da nossa máquina, em matéria de disparos contínuos, consiste no uso combinado deste modo, na câmara, e do modo “Bulb”, no controlador.
No domínio das longas exposições, o procedimento é o mesmo que no RW-221; escolher a opção “Bulb”, tanto na câmara como no controlador. Neste caso, temos a vantagem de este último utilizar um cronómetro que nos mostra o tempo decorrido desde o início da exposição. Pena é que não tenhamos a possibilidade contrária, isto é, programar previamente o controlador com a duração de exposição desejada, e deixar o sistema actuar em contagem regressiva. Se pretendermos utilizar o levantamento prévio do espelho, “caímos” numa situação análoga àquela a que já nos referimos, a propósito do RW-221, com a necessidade dos dois toques adicionais, intermédios; felizmente, a contagem do tempo de exposição é reposta a zero quando se abre, efectivamente, o obturador.
O intervalómetro é uma das funções mais interessantes, integradas no TW-282. Ideal para a fotografia de tipo “Time Lapse”, a função pode ser programada com vários parâmetros: tempo até ao primeiro disparo, duração da exposição e intervalo entre exposições consecutivas (todos, até um máximo de 99h59’59”), bem como o número de fotos captadas (até 99). A não indicação deste parâmetro permite gravar um número indeterminado de fotografias, dependendo da capacidade do cartão de memória e das baterias dos dispositivos envolvidos (câmara e receptor). Fizemos a experiência de retirar as pilhas ao transmissor, no desenrolar do processo e esta não parou senão quando desligámos o receptor.
O alcance do TW-282 ultrapassou os 100 metros - em linha recta, e sem obstáculos físicos -, usando pilhas completamente carregadas, um valor que está acima do anunciado pelo próprio fabricante: 80 metros.

Conclusão
Com os RW-221 e TW-282, a Pixel propõe-nos dois excelentes companheiros para qualquer câmara DSLR ou compacta de objectiva intermutável (micro), quando toca a trabalhar com tripé e as condições exigem - ou, pelo menos, aconselham – que se evite qualquer contacto entre fotógrafo e câmara.
Disparar à distância, sem fios, torna-se extremamente fácil, com ambos os sistemas testados. Embora mais caros do que um simples disparador de cabo, ou por infravermelhos, têm a vantagem de poder operar a câmara a distâncias muito maiores do que aquele e oferecendo funções integradas (principalmente o TW-282) que nem sempre estão disponíveis nas câmaras.
A escolha de um ou outro depende - tal como na aquisição de uma câmara fotográfica - do tipo de trabalho fotográfico que se pretende fazer. Alcance e - segundo os dados do fabricante - autonomia são dois pontos fortes a juntar às funções integradas em ambos os controladores.

2 comentários:

Anónimo disse...

e esses "briquendos" custam a volta de ....

José L. Diniz disse...

40 e 95 Euros, aproximadamente, fora os portes