Mas, disponibilizar tamanha gama de argumentos num só aparelho, foi tudo menos fácil. A história da terceira geração da linha F, da Nikon, é bem ilustrativa das dificuldades que os fabricantes de equipamentos fotográficos têm de superar para corresponder às exigências e expectativas dos consumidores.
O desenvolvimento da F3 esteve muito longe do simples cumprimento rigoroso de um plano pré-estabelecido. Pelo contrário, os projectistas deste emblemático modelo foram-lhe incorporando as tecnologias mais avançadas que iam ficando disponíveis no decurso do seu longo período de desenvolvimento, iniciado pouco depois do lançamento da F2, em 1971, e que culminou com o seu aparecimento da Nikon F3, no mercado, em Março de 1980.
Tecnicamente, a câmara herdou alguns dos conceitos-chave empregues na sua “irmã mais velha”, como o visor intermutável e os circuitos de medição TTL e de cálculo automático da exposição, incorporados no visor Photomic. Às criticas de que o modelo do início os anos 70 não continha mais do que pequenos melhoramentos relativamente à pioneira, Nikon F, respondeu a marca com a aplicação de tecnologia de ponta, incorporando na F3 um obturador de plano focal controlado electronicamente, o qual permitiu a introdução do controlo automático da exposição. Possibilitou, por outro lado, controlar com rigor a duração das exposições mais longas.
No entanto, nesta fase inicial de desenvolvimento, continuava a não ser possível efectuar medições TTL sem que a câmara possuísse um visor equipado com fotómetro. Para resolver esta dificuldade, os técnicos da Nikon inventaram um novo tipo de espelho provido de pequenos orifícios que permitiam a passagem da luz para um segundo espelho colocado atrás do principal, dirigindo-a para uma célula de medição, instalada na base do respectivo compartimento.
A contínua introdução destas - e de outras - inovações tecnológicas no processo de desenvolvimento da F3, como o controlador de quartzo e a afixação dos valores de velocidades em painel LCD, motivaram várias revisões e reformulações do projecto.
O aspecto exterior foi entregue à criatividade do conceituado designer industrial Giorgetto Giugiaro, que conferiu ao modelo a ergonomia que faltava aos modelos antecessores. Não deverá ter sido tarefa fácil imaginar a colocação da tão grande profusão de botões que o corpo da F3 apresenta, e obter, ainda assim, o aspecto agradável que a câmara inegavelmente possui.
Versão F3/T com dorso de grande capacidade MF-4 250 Back. |
1 comentário:
eu tenho uma f301. Nao havia "incentivo" para a f3 na altura :-)
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